A equipe de transição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda tenta encontrar “uma solução” para trazer o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, à posse do petista. Maduro está proibido de ingressar no Brasil em razão de uma portaria de 2019, assinada pelos então ministros de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Entretanto, o embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial da equipe de transição, afirmou que “essa questão está sendo tratada internamente para que se encontre uma solução.”
Segundo ele, a equipe de transição já enviou o convite a todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, o que não é o caso da Venezuela, e, por isso, disse que “evidentemente essa situação está sendo tratada aqui pela equipe de transição, dentro da comissão da cerimônia de posse, para que possamos transmitir o convite ao presidente Maduro, como representante da Venezuela”, afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 7, ao lado da primeira-dama, Janja, que também participa da comissão da cerimônia de posse.
A entrevista foi postada no perfil do Twitter do PT.
📺 Assista na #TvPT:
— PT Brasil (@ptbrasil) December 7, 2022
Pela portaria de 2019, não apenas Maduro, mas outros “altos funcionários do regime venezuelano, que, por seus atos, contrariam princípios e objetivos da Constituição Federal, atentando contra a democracia, a dignidade da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos” ficaram impedidos de ingressar no Brasil.
A portaria fundamenta-se em resoluções do Grupo de Lima, reunião de chanceleres de 12 países de todo o continente americano que analisa a questão venezuelana e pressiona pelo fim do regime de extrema esquerda. O Brasil faz parte do grupo, que se enfraqueceu à medida que a direita foi perdendo as eleições.
Com a posse de Lula, Maduro deve voltar a ser reconhecido oficialmente presidente da Venezuela e Juan Guaidó, até então tido como chefe de Estado do país vizinho, perderá esse status perante o Brasil, que também deverá reatar as relações diplomáticas com o país de Maduro.