O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a Corte é alvo de “muita incompreensão” no Brasil. “O STF é passível de erro”, disse, durante uma entrevista à GloboNews, na terça-feira 29. “Mas teve um papel decisivo em momentos como a pandemia e a defesa da democracia.”
Segundo Barroso, o STF “salvou dezenas de milhares de vidas autorizando a atuação de Estados e municípios” e “determinando a elaboração de um plano de vacinação” contra a covid-19. “Com erros e acertos, acho que o Supremo serve muito bem à democracia”, afirmou.
Barroso não se arrepende do ‘perdeu, mané’
Na entrevista, Barroso admitiu ainda que não se arrepende de ter ofendido um manifestante em Nova Iorque. Ao revelar ser uma pessoa “meio zen” que medita com regularidade, disse que “o problema é que, nas raras vezes em que eu perco a cabeça, sai em rede nacional”.
“Foi um momento raro na minha vida, de uma certa exasperação”, observou o ministro. “Eu falei a linguagem das pessoas que estavam lá. Não me arrependo do episódio em Nova Iorque, mas lamento que tenha acontecido.”
Em 15 de novembro, enquanto caminhava na rua, o juiz do STF foi abordado por um homem que o interpelou sobre quando o Tribunal Superior Eleitoral iria permitir que os militares acessassem o código-fonte das urnas eletrônicas.
“Perdeu, mané, não amola”, respondeu o magistrado, ao entrar em um edifício na sequência. Barroso esteve nos Estados Unidos para participar de um ciclo de palestras promovidas pelo grupo Lide, do ex-governador João Doria.
