A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) informou, na terça-feira 22, que o telescópio James Webb captou uma atmosfera inédita no exoplaneta WASP-39 b. Segundo os cientistas, a atmosfera do astro é formada por átomos, moléculas, química ativa e nuvens singulares.
Para ter uma ideia, a agência espacial detectou dióxido de enxofre (SO2) no exoplaneta. Essa molécula é produzida a partir de reações químicas desencadeadas pela luz de alta energia da estrela-mãe do planeta. O composto também pode ser encontrado na camada de ozônio da atmosfera superior da Terra. O telescópio ainda conseguiu identificar outras moléculas na atmosfera do WASP-39 b; entre elas, sódio (Na), potássio (K) e vapor de água (H2O).
Apelidado de “Saturno quente”, o exoplaneta é maciço como Saturno e grande como Júpiter. Acredita-se que o WASP-39 b não seja habitável, visto que apresenta temperaturas estimadas em 870 graus Celsius e uma atmosfera composta em grande parte por hidrogênio. Ele está localizado a 700 anos-luz de distância da Terra.
A descoberta só foi possível porque os instrumentos do James Webb conseguem ver o mundo em infravermelho, para além do que os olhos humanos podem conferir. O aparelho capta impressões digitais químicas que não podem ser detectadas na luz visível, o que possibilitou a identificação do dióxido de carbono.